sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O pacu





 O Pacu é um peixe de água doce, onívoro com tendências herbívoras, de escamas, da família dos caracídeos, curiosamente a mesma família das piranhas e pode crescer até os 25 quilos na natureza, mas a média encontrada fica na faixa de 8 quilos. Na pesca esportiva é bastante apreciado por ser um peixe muito forte e mesmo os exemplares pequenos oferecem excelentes momentos de pescaria. Na gastronomia, também tem o seu lugar, apesar de que se forem peças muito grandes serão muito gordurosos e de sabor muito forte, então, o ideal para servir são pacus de no máximo quatro quilos, confira aqui uma receita de Pacu à Portuguesa.

Normalmente encontrado nos rios do estado do Mato Grosso, Paraná e Amazonas é um peixe muito resistente e adaptável, características que fazem com que os pesqueiros o adotem em seus tanques tanto para Pesque e Solte como para Pesque e Pague. Na natureza ele se alimenta de pequenos frutos que caem das árvores, caranguejos e tudo que ele puder encontrar de origem orgânica. Normalmente não é um peixe predador, mas eventualmente ele pode atacar iscas artificiais em forma de peixinhos dependendo da região.

Existem diversas espécies que atendem pelo nome de Pacu, como a Caranha, Peba e outros, existe ainda os peixes híbridos como o Tambacu que se origina a partir das ovas de Tambaqui e sêmen de Pacu, e o Paqui que é o inverso. Existe também a Patinga que é o cruzamento do Pacu com a Pirapitinga. Podem assumir colorações que vão do prata, amarela, cinza, marrom escuro até preto, o que vai determinar isso será a genética, a região onde vivem e o que serve de alimentação para os peixes do local.

A pesca do pacu na natureza se faz de diversas formas, mas a principal e mais apreciada e a de arremesso de frutas como se fosse uma isca artificial embaixo das copas de árvores que circulam as margens de rios e lagos. pode ser fisgado em pescaria de fundo com pedaços de peixes, lambaris vivos, coquinhos, etc.

Nos pesqueiros eles são alimentados com ração e podem ser pescados em diversas modalidades, porém, se você for a um pesqueiro que realmente os peixes tenham o hábito de comer ração de superfície, escolha a pesca com boia que é muito mais divertida e costuma trazer os exemplares maiores, pois os peixes maiores não têm medo de se alimentar na flor da água.

Para a pescaria com boia, se for com cevadeira, use desde miçangas, caroço de azeitona, ração inchada na pinga, etc. Se for utilizar boia torpedo, que normalmente usamos para uma pescaria de espera, utilize massa, beijinho, salsicha, pão, filé de tilápia, banana verde, goiabada, goiaba, etc. Se for pescar de fundo, qualquer uma das iscas indicadas para pescaria com torpedo. Uma curiosidade do pacu em pesqueiros é que por vezes ele, após fisgado, nada a favor do pescador, dando a impressão de que o peixe escapou.

Quando for pescar pacu em pesqueiro, procure sempre saber o hábito de alimentação dos peixes e dimensionar o equipamento para ter uma diversão mais garantida, pois em um pesqueiro que só tem peixes pequenos, se você utilizar o mesmo equipamento que usa para pescar peixes acima de 10 quilos, vai tornar a sua pescaria entediante e será covardia.

Outra dica é que, apesar do pacu ter uma boca muito forte, procure não utilizar alicate de contenção, se for inevitável, ao levantar o peixe, segure-o também pela base da calda, assim você evita que o peso do peixe machuque sua boca e também que o peixe se debata e volte para a água com o seu alicate.

Uma curiosidade sobre o Pacu foi destacada recentemente pelo pescador aventureiro Jeremy Wade do programa Monstros do Rio do Discovery Channel (veja aqui). O Pacu foi acusado em Papua Nova Guiné de ter atacado os testículos de um local que se refrescava nas águas de um rio. O mais interessante do documentário é o fato do Pacu ter sido introduzido naquelas águas e ter se tornado um problema para os locais, pois as vegetações que existiam sobre as águas e que serviam de berçário para as espécies locais foram consumidas pelos pacus. O mais engraçado é ver o respeitado biólogo e pescador experiente pintando o pacu como um monstro "devorador de bolas".

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